Tendo este evento como título “agir e decidir num território educativo de intervenção
prioritária”, esta intervenção, de introdução ao tema, procura responder às seguintes
perguntas:
* Que relação existe entre os discursos de articulação no currículo e a aprendizagem?
* Que sentidos atribui à articulação o conhecimento produzido nas Ciências da
Educação?
* Que sentidos atribuem as políticas educacionais à articulação?
* O que queremos nós, em cada contexto educacional (e em especial no contexto TEIP),
com a articulação curricular? Como a delinear e concretizar?
Para procurar respostas a estas perguntas, são realçadas, entre outras, as seguintes ideias:
- a articulação justifica-se por razões de acesso a modos de apropriação de conhecimentos e de atribuição de sentidos às situações vividas;
- do ponto de vista social, a articulação tem sido justificada como potenciadora da criação
de condições indutoras de justiça curricular;
- a noção de articulação traduz a ideia de associação, relação, interligação, conexão entre
contextos, atores e órgãos de gestão e administração;
- do ponto de vista curricular, o conhecimento produzido tem apontado para conceções
de articulação com pontos de entrada muito diversos. Entre eles há que destacar os que
partem das disciplinas, os que têm como ponto de partida questões culturais e os que têm como entrada problemas ou situações nas quais se pretende intervir;
- as políticas educacionais apontam, nos seus discursos, quer para a articulação numa
ótica de sequencialidade de conteúdos, quer de processos que assegurem o estabelecimento de relações entre esses conteúdos e destes com os contextos onde o currículo ganha sentido;
- a organização e o desenvolvimento do currículo em torno de competências surge como
uma resposta às limitações do ensino tradicional, situação que implica recorrer a a processos que partam de uma situação próxima da realidade do aluno, que lhe seja interessante e o desafie a responder a questões que não separem os conteúdos em compartimentos tratados como estanques (Zabala, 2010);
- cada professor deve seguir na sua área o seguinte esquema: “situação da realidade,
proposição de questões, utilização de instrumentos e recursos disciplinares, formalização segundo os critérios científicos da disciplina e aplicação a outras situações para facilitar a generalização e o domínio dos conceitos e das habilidades aprendidas” (Zabala, 2010:156);
- admitindo a importância de processos de articulação organizacional, curricular e
pedagógica, há que trabalhar ao nível de: estabelecimento de relações entre níveis e ciclos de ensino; cooperação entre docentes; realização de atividades entre a escola e a comunidade; estabelecimento de relações entre conteúdos; coerência entre projetos que permitam compreender e desenvolver competências de intervenção nas situações com que se convive; valorização das experiências de vida e dos quotidianos diversificados … e tudo isto recorrendo a procedimentos democraticamente contratualizados (contratos didáticos).
Carlinda Leite, 11-12-2010
prioritária”, esta intervenção, de introdução ao tema, procura responder às seguintes
perguntas:
* Que relação existe entre os discursos de articulação no currículo e a aprendizagem?
* Que sentidos atribui à articulação o conhecimento produzido nas Ciências da
Educação?
* Que sentidos atribuem as políticas educacionais à articulação?
* O que queremos nós, em cada contexto educacional (e em especial no contexto TEIP),
com a articulação curricular? Como a delinear e concretizar?
Para procurar respostas a estas perguntas, são realçadas, entre outras, as seguintes ideias:
- a articulação justifica-se por razões de acesso a modos de apropriação de conhecimentos e de atribuição de sentidos às situações vividas;
- do ponto de vista social, a articulação tem sido justificada como potenciadora da criação
de condições indutoras de justiça curricular;
- a noção de articulação traduz a ideia de associação, relação, interligação, conexão entre
contextos, atores e órgãos de gestão e administração;
- do ponto de vista curricular, o conhecimento produzido tem apontado para conceções
de articulação com pontos de entrada muito diversos. Entre eles há que destacar os que
partem das disciplinas, os que têm como ponto de partida questões culturais e os que têm como entrada problemas ou situações nas quais se pretende intervir;
- as políticas educacionais apontam, nos seus discursos, quer para a articulação numa
ótica de sequencialidade de conteúdos, quer de processos que assegurem o estabelecimento de relações entre esses conteúdos e destes com os contextos onde o currículo ganha sentido;
- a organização e o desenvolvimento do currículo em torno de competências surge como
uma resposta às limitações do ensino tradicional, situação que implica recorrer a a processos que partam de uma situação próxima da realidade do aluno, que lhe seja interessante e o desafie a responder a questões que não separem os conteúdos em compartimentos tratados como estanques (Zabala, 2010);
- cada professor deve seguir na sua área o seguinte esquema: “situação da realidade,
proposição de questões, utilização de instrumentos e recursos disciplinares, formalização segundo os critérios científicos da disciplina e aplicação a outras situações para facilitar a generalização e o domínio dos conceitos e das habilidades aprendidas” (Zabala, 2010:156);
- admitindo a importância de processos de articulação organizacional, curricular e
pedagógica, há que trabalhar ao nível de: estabelecimento de relações entre níveis e ciclos de ensino; cooperação entre docentes; realização de atividades entre a escola e a comunidade; estabelecimento de relações entre conteúdos; coerência entre projetos que permitam compreender e desenvolver competências de intervenção nas situações com que se convive; valorização das experiências de vida e dos quotidianos diversificados … e tudo isto recorrendo a procedimentos democraticamente contratualizados (contratos didáticos).
Carlinda Leite, 11-12-2010